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"Os perigos ocultos da ceia do Senhor






"O perigos ocultos da ceia do Senhor: Uma reflexão sobre a importância da prática e dos cuidados necessários"- Por Deivid Willian

"Os perigos ocultos da ceia do Senhor: Uma reflexão sobre a importância da prática e dos cuidados da Igreja."

A Ceia do Senhor é um dos momentos mais significativos e necessário da vida cristã. Ela representa a última refeição que Jesus teve com seus discípulos antes de sua crucificação, e é um lembrete constante do amor sacrificial de Cristo por nós. 

Infelizmente, mesmo que a Ceia do Senhor seja um momento tão importante e glorioso para a vida cristã existem alguns problemas que podem surgir em relação a sua celebração. O apostolo Paulo escrevendo sua carta para a igreja que estava em Corinto trabalhou alguns problemas que julgo ser necessário destacarmos nessa abordagem.

Referência: 1 Coríntios 11.17-34

1. As repreensões do apóstolo Paulo à igreja – v. 17-22

• Paulo acabara de fazer um elogio à igreja (11:2), mas agora a repreende severamente (11:17). As divisões na igreja haviam chegado a proporções alarmantes: além do culto à personalidade em torno de alguns líderes (1:12), agora Paulo mostra que havia também um certo esnobilismo odioso dentro da igreja (11:21), dos ricos em relação aos pobres.

• Os crentes estavam indo à igreja e voltando para casa piores (11:17). Eles estavam desprezando a igreja de Deus e envergonhando os pobres (11:22).

2. A deturpação da Festa do Amor – v. 17-22,33-34
• A festa do Amor era uma refeição que a igreja tinha antes da Ceia do Senhor. Os crentes se reuniam para participar de uma refeição em comum. Ele comiam, bebiam, repartiam, se confraternizavam e depois neste clima de comunhão, eles celebravam a ceia do Senhor.

• A Bíblia fala desta festa em Judas 12. No dia de celebrar-se a Ceia (domingo) servia-se uma refeição completa. Era uma comemoração da última ceia do Senhor, quando os elementos simbólicos eram servidos depois da refeição.

• Além de seguir o exemplo do Salvador, a festa do Amor era para os cristãos ricos uma oportunidade semanal regular para repartir um pouco seus bens materiais com os pobres. Todos traziam alguma coisa para comer na Festa do Ágape, mas proporcionalmente às suas posses. Assim os pobres poderiam participar de uma boa refeição pelo menos uma vez por semana. Depois deste banquete então, eles celebravam a Ceia.

2.1. Eles se ajuntavam para pior – v. 17 – O culto deles não estava centrado nem em Cristo nem no amor ao próximo, mas neles mesmos. Era um culto antropocêntrico. Era um culto do homem para o homem.

2.2. Eles reuniam, mas não havia harmonia no meio de deles – v. 18 – Havia divisões, partidos, cismas entre eles. Eles não tinham uma só alma, um só coração, um só sentimento, e um só propósito. Havia um ajuntamento, mas não comunhão.

2.3. Eles participavam dos elementos da Ceia, mas era a Ceia que eles celebravam – v. 20 – O cerimoniamento é um grande perigo. Deus não se impressiona com os nossos ritos, nossas cerimônias. Ele vê o coração do adorador. Eles celebravam a Ceia, mas para Deus aquilo que faziam não era a Ceia.

2.4. Eles eram esnobes orgulhosos – v. 21 – Os ricos comiam os melhores churrascos e bebiam os melhores vinhos até à embriaguez enquanto os pobres ficavam com fome. Eles feriam a comunhão. Humilhavam os irmãos pobres.

2.5. Eles se entregavam a excessos dentro da igreja de Deus – v. 21 – Enquanto deixavam os pobres passando fome, os ricos comiam, empanturravam-se e embebedavam-se num claro sinal de excesso e de falta de domínio próprio. A glutonaria e bebedeira são obras da carne. Eles se reuniam para pecar.

2.6. Eles desprezavam a igreja de Deus – v. 22 – Eles desprezavam a santidade de Deus, a santidade da igreja e o amor ao próximo.

3. O significado da Ceia do Senhor – v. 23-26

• A Ceia do Senhor está centralizada na obra expiatória de Cristo. Seu corpo foi partido e seu sangue foi vertido para a nossa redenção. O seu sangue é o selo da nova aliança, onde Deus perdoa os nossos os pecados e nos salva da ira vindoura pelos méritos de Cristo.

• A Ceia do Senhor é uma proclamação dramatizada de três verdades essenciais da fé cristã: 

1) Olhando para trás: A morte de Cristo (11:26) – A cruz de Cristo é o centro da mensagem cristã. Não há evangelho sem a cruz de Cristo. Cristo ordenou que sua igreja relembrasse não seus milagres, mas sua morte. Devemos nos lembrar por que ele morreu, como ele morreu, por quem ele morreu. 

2) Olhando para frente – A segunda vinda de Cristo (11:26) – Há um momento de expectativa em toda celebração da Ceia do Senhor. A segunda vinda de Cristo é a grande esperança do cristão num mundo onde o mal tem feito tantos estragos. 

3) Olhando para dentro – O auto-exame – (11:28) – Não somos juizes dos outros, devemos examinar-nos a nós mesmos. Não devemos fugir da Ceia por causa do pecado, mas fugir do pecado por causa da Ceia. Examine-se e coma! 

4) Olhando ao redor – (11:33-34) – Devemos procurar o Senhor e também os nossos irmãos. Devemos encontrar-nos com o Senhor e com os nossos irmãos. Na Ceia os céus e a terra se tocam.

4. Os perigos em relação à Ceia do Senhor – v. 27-32
• Paulo alista alguns perigos com respeito a Ceia do Senhor neste texto:

4.1. Participar da Ceia do Senhor indignamente – v. 27 – João Calvino entende que a nossa dignidade para participarmos da Ceia é a consciência da nossa indignidade. Indigno de participar da Ceia é aquele que assenta-se à mesa do Senhor de forma leviana, irrefletida e despreparada tanto doutrinariamente como comportamentalmente. Essa pessoa será réu do corpo e do sangue do Senhor. Será tido como culpado direto da morte de Cristo. 

O apóstolo Paulo está dizendo que quem participa da Ceia indignamente torna-se culpado de derramar o sangue de Cristo; isto é, coloca-se não do lado dos que estão participando dos benefícios de sua paixão, mas do lado dos que foram culpados por sua crucificação.

4.2. Participar da Ceia do Senhor sem discernimento – v. 28-29 – O crente precisa discernir o Corpo de Cristo partido na cruz – ou seja, a obra da redenção em seu favor e também precisa discernir o Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja – A igreja de Corinto não estava amando uns aos outros. Portanto, ela não estava discernindo o corpo. A conseqüência da falta de discernimento do Corpo levou a igreja e comer e beber juízo para si: FRAQUEZA, DOENÇAS E MORTE (11:30).

4.3. Participar da Ceia do Senhor sem auto-julgamento – v. 31-32 – Não podemos ser frouxos conosco mesmos. Não podemos ser condescendentes com os nossos próprios erros. Devemos nos julgar a nós mesmos e nos corrigirmos. Devemos distinguir com clareza quem somos. 

Devemos ter uma correta auto-imagem (Sardes e Laodicéia). O juízo de Deus para o crente não é a perda da salvação nem a condenação eterna, mas a disciplina amorosa. Na vida do crente (fraqueza, doença e morte) podem ser disciplina de Deus para nos afastar de pecados mais terríveis e de consequências mais danosas. A disciplina de Deus visa sempre nos fazer voltar para Ele e nos livrar da condenação do mundo.

fonte "Os perigos ocultos da ceia do Senhor: Uma reflexão sobre a importância da prática e dos cuidados necessários"- Por Deivid Willian (cristianismoymision.blogspot.com)

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