domingo, 26 de fevereiro de 2023

"Os perigos ocultos da ceia do Senhor






"O perigos ocultos da ceia do Senhor: Uma reflexão sobre a importância da prática e dos cuidados necessários"- Por Deivid Willian

"Os perigos ocultos da ceia do Senhor: Uma reflexão sobre a importância da prática e dos cuidados da Igreja."

A Ceia do Senhor é um dos momentos mais significativos e necessário da vida cristã. Ela representa a última refeição que Jesus teve com seus discípulos antes de sua crucificação, e é um lembrete constante do amor sacrificial de Cristo por nós. 

Infelizmente, mesmo que a Ceia do Senhor seja um momento tão importante e glorioso para a vida cristã existem alguns problemas que podem surgir em relação a sua celebração. O apostolo Paulo escrevendo sua carta para a igreja que estava em Corinto trabalhou alguns problemas que julgo ser necessário destacarmos nessa abordagem.

Referência: 1 Coríntios 11.17-34

1. As repreensões do apóstolo Paulo à igreja – v. 17-22

• Paulo acabara de fazer um elogio à igreja (11:2), mas agora a repreende severamente (11:17). As divisões na igreja haviam chegado a proporções alarmantes: além do culto à personalidade em torno de alguns líderes (1:12), agora Paulo mostra que havia também um certo esnobilismo odioso dentro da igreja (11:21), dos ricos em relação aos pobres.

• Os crentes estavam indo à igreja e voltando para casa piores (11:17). Eles estavam desprezando a igreja de Deus e envergonhando os pobres (11:22).

2. A deturpação da Festa do Amor – v. 17-22,33-34
• A festa do Amor era uma refeição que a igreja tinha antes da Ceia do Senhor. Os crentes se reuniam para participar de uma refeição em comum. Ele comiam, bebiam, repartiam, se confraternizavam e depois neste clima de comunhão, eles celebravam a ceia do Senhor.

• A Bíblia fala desta festa em Judas 12. No dia de celebrar-se a Ceia (domingo) servia-se uma refeição completa. Era uma comemoração da última ceia do Senhor, quando os elementos simbólicos eram servidos depois da refeição.

• Além de seguir o exemplo do Salvador, a festa do Amor era para os cristãos ricos uma oportunidade semanal regular para repartir um pouco seus bens materiais com os pobres. Todos traziam alguma coisa para comer na Festa do Ágape, mas proporcionalmente às suas posses. Assim os pobres poderiam participar de uma boa refeição pelo menos uma vez por semana. Depois deste banquete então, eles celebravam a Ceia.

2.1. Eles se ajuntavam para pior – v. 17 – O culto deles não estava centrado nem em Cristo nem no amor ao próximo, mas neles mesmos. Era um culto antropocêntrico. Era um culto do homem para o homem.

2.2. Eles reuniam, mas não havia harmonia no meio de deles – v. 18 – Havia divisões, partidos, cismas entre eles. Eles não tinham uma só alma, um só coração, um só sentimento, e um só propósito. Havia um ajuntamento, mas não comunhão.

2.3. Eles participavam dos elementos da Ceia, mas era a Ceia que eles celebravam – v. 20 – O cerimoniamento é um grande perigo. Deus não se impressiona com os nossos ritos, nossas cerimônias. Ele vê o coração do adorador. Eles celebravam a Ceia, mas para Deus aquilo que faziam não era a Ceia.

2.4. Eles eram esnobes orgulhosos – v. 21 – Os ricos comiam os melhores churrascos e bebiam os melhores vinhos até à embriaguez enquanto os pobres ficavam com fome. Eles feriam a comunhão. Humilhavam os irmãos pobres.

2.5. Eles se entregavam a excessos dentro da igreja de Deus – v. 21 – Enquanto deixavam os pobres passando fome, os ricos comiam, empanturravam-se e embebedavam-se num claro sinal de excesso e de falta de domínio próprio. A glutonaria e bebedeira são obras da carne. Eles se reuniam para pecar.

2.6. Eles desprezavam a igreja de Deus – v. 22 – Eles desprezavam a santidade de Deus, a santidade da igreja e o amor ao próximo.

3. O significado da Ceia do Senhor – v. 23-26

• A Ceia do Senhor está centralizada na obra expiatória de Cristo. Seu corpo foi partido e seu sangue foi vertido para a nossa redenção. O seu sangue é o selo da nova aliança, onde Deus perdoa os nossos os pecados e nos salva da ira vindoura pelos méritos de Cristo.

• A Ceia do Senhor é uma proclamação dramatizada de três verdades essenciais da fé cristã: 

1) Olhando para trás: A morte de Cristo (11:26) – A cruz de Cristo é o centro da mensagem cristã. Não há evangelho sem a cruz de Cristo. Cristo ordenou que sua igreja relembrasse não seus milagres, mas sua morte. Devemos nos lembrar por que ele morreu, como ele morreu, por quem ele morreu. 

2) Olhando para frente – A segunda vinda de Cristo (11:26) – Há um momento de expectativa em toda celebração da Ceia do Senhor. A segunda vinda de Cristo é a grande esperança do cristão num mundo onde o mal tem feito tantos estragos. 

3) Olhando para dentro – O auto-exame – (11:28) – Não somos juizes dos outros, devemos examinar-nos a nós mesmos. Não devemos fugir da Ceia por causa do pecado, mas fugir do pecado por causa da Ceia. Examine-se e coma! 

4) Olhando ao redor – (11:33-34) – Devemos procurar o Senhor e também os nossos irmãos. Devemos encontrar-nos com o Senhor e com os nossos irmãos. Na Ceia os céus e a terra se tocam.

4. Os perigos em relação à Ceia do Senhor – v. 27-32
• Paulo alista alguns perigos com respeito a Ceia do Senhor neste texto:

4.1. Participar da Ceia do Senhor indignamente – v. 27 – João Calvino entende que a nossa dignidade para participarmos da Ceia é a consciência da nossa indignidade. Indigno de participar da Ceia é aquele que assenta-se à mesa do Senhor de forma leviana, irrefletida e despreparada tanto doutrinariamente como comportamentalmente. Essa pessoa será réu do corpo e do sangue do Senhor. Será tido como culpado direto da morte de Cristo. 

O apóstolo Paulo está dizendo que quem participa da Ceia indignamente torna-se culpado de derramar o sangue de Cristo; isto é, coloca-se não do lado dos que estão participando dos benefícios de sua paixão, mas do lado dos que foram culpados por sua crucificação.

4.2. Participar da Ceia do Senhor sem discernimento – v. 28-29 – O crente precisa discernir o Corpo de Cristo partido na cruz – ou seja, a obra da redenção em seu favor e também precisa discernir o Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja – A igreja de Corinto não estava amando uns aos outros. Portanto, ela não estava discernindo o corpo. A conseqüência da falta de discernimento do Corpo levou a igreja e comer e beber juízo para si: FRAQUEZA, DOENÇAS E MORTE (11:30).

4.3. Participar da Ceia do Senhor sem auto-julgamento – v. 31-32 – Não podemos ser frouxos conosco mesmos. Não podemos ser condescendentes com os nossos próprios erros. Devemos nos julgar a nós mesmos e nos corrigirmos. Devemos distinguir com clareza quem somos. 

Devemos ter uma correta auto-imagem (Sardes e Laodicéia). O juízo de Deus para o crente não é a perda da salvação nem a condenação eterna, mas a disciplina amorosa. Na vida do crente (fraqueza, doença e morte) podem ser disciplina de Deus para nos afastar de pecados mais terríveis e de consequências mais danosas. A disciplina de Deus visa sempre nos fazer voltar para Ele e nos livrar da condenação do mundo.

fonte "Os perigos ocultos da ceia do Senhor: Uma reflexão sobre a importância da prática e dos cuidados necessários"- Por Deivid Willian (cristianismoymision.blogspot.com)

sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

MANIFESTO SOBRE HERMENÊUTICA PENTECOSTAL


 

Fonte: CPADNEWS
Considerando as crescentes discussões acerca da construção de uma Hermenêutica Pentecostal em solo brasileiro, o Conselho de Doutrina e a Comissão de Apologética da Convenção Geral dos Ministros das Igrejas Evangélicas Assembleia de Deus no Brasil (CGADB), atendendo solicitação da Mesa Diretora, vem, em linguagem simples (sem rigor acadêmico), apresentar o seguinte manifesto:

1. DA EXPRESSÃO “HERMENÊUTICA PENTECOSTAL”

Hermenêutica é a ciência e a arte de interpretar textos. É aplicada nas diversas áreas do saber humano. Na área da teologia temos, em um sentido geral, a Hermenêutica Bíblica, cujo objetivo é fixar princípios e normas a serem empregados na interpretação dos livros da Bíblia. Não é una nem mesmo no Cristianismo. As diferentes hermenêuticas ou técnicas de interpretação produzem teologias distintas. Assim como a existência da Teologia Católica e da Teologia Reformada pressupõem a existência de correspondentes métodos de interpretação, a Teologia Pentecostal possui sua própria hermenêutica, a Hermenêutica Pentecostal, que é fundamentada na Palavra de Deus.

Conquanto possa parecer uma discussão nova, há registros de estudos de Hermenêutica Pentecostal desde 1917 na Assembleia de Deus norte-americana, citados na obra "Teologia Sistemática – Uma Perspectiva Pentecostal" (CPAD, 1996. pp.25,653). Ou seja, a expressão Hermenêutica Pentecostal não é novidade alguma no Movimento Pentecostal Clássico.

Por aqui, embora sempre seguissem os mesmos princípios hermenêuticos, nossos pais não se preocuparam com a formatação de métodos científicos para embasar sua interpretação das passagens bíblicas acerca do batismo no Espírito Santo, da evidência inicial e da separabilidade em relação à conversão. O dinamismo da obra pentecostal em solo brasileiro produziu uma cultura essencialmente bíblica, com extraordinários resultados. É certo, contudo, que com o passar dos anos e o crescimento do Movimento Pentecostal, tornou-se necessária não somente a sistematização da teologia, mas uma preparação instrumental para exposição e defesa dos fundamentos da fé pentecostal, campo no qual a hermenêutica se situa com destaque.

Não temos dúvida, portanto, que a Teologia Pentecostal tem e precisa ter sua própria hermenêutica, visto que a leitura que fazemos dos textos sagrados, por mais que perpassem uma base primária comum com as igrejas históricas, difere em muito em pontos fundamentais, especialmente no campo da Pneumatologia.

2. O QUE É HERMENÊUTICA PENTECOSTAL

Nós pentecostais cremos que a revelação canônica se encerrou com os apóstolos e a formação do Novo Testamento (1Co 15.8), por isso nossa fonte de autoridade é unicamente a Bíblia. Tal assertiva, porém, não significa pressupor que Deus não continua falando e se relacionando ativamente com o ser humano. 

Para as Assembleias de Deus e o Movimento Pentecostal como um todo, a suficiência das Escrituras não anula a continuidade das manifestações divinas e as experiências com o Espírito Santo; ou seja, o fechamento do Cânon Sagrado não significa que Deus abandonou suas criaturas e o seu povo, com quem Ele continua a se comunicar inclusive por meio dos dons espirituais (At 2.14-21). Por isso, em nossa hermenêutica, a fonte do conteúdo doutrinário é a própria Palavra de Deus, em sua inteireza. Disso não decorre que a experiência pentecostal deve ser desprezada, pois sentir é uma capacidade inata aprovisionada pelo próprio Criador no homem; e as percepções exercem um papel crucial na assimilação do conhecimento. Embora a experiência pentecostal faça parte do processo, é sempre submetida às Escrituras; tudo sob a dependência e a iluminação do Espírito Santo. Sem nenhuma presunção, nossa hermenêutica é a Hermenêutica do Espírito Santo.

Enquanto técnica, a Hermenêutica Pentecostal serve-se do método histórico-gramatical como base comum em relação à Hermenêutica Reformada, mas não faz o mesmo recorte ou distinção em relação aos textos narrativos – especialmente Lucas e Atos –, subordinando sua interpretação aos textos de Paulo. Cremos que a Escritura interpreta a própria Escritura, mas sem subordinação entre os textos sagrados.

Para nós, pentecostais, as narrativas são didáticas, porque cremos integralmente no que escreveu Paulo a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino...” (2Tm 3.16-NAA). Se a própria Escritura afirma que toda ela é útil para ensinar, não seríamos nós que faríamos separação entre textos didáticos e não didáticos, supondo que alguns sejam registros de fatos sem mensagem normativa, eficaz e prática para nossos dias. Ademais, temos a autenticação feita pelo próprio Senhor Jesus, assim como fizera com os apóstolos, confirmando a Palavra com sinais (Mc 16.20). De igual forma, Deus nos tem dado a graça de viver os mesmos sinais vividos pelos crentes primitivos, os quais se somam como confirmação da validade e eficácia plena das promessas do Espírito para os nossos dias. Esse é o lugar da experiência na Hermenêutica Pentecostal.

Em outras palavras, para a Hermenêutica Pentecostal o texto de Atos possui valor doutrinário; embasa a doutrina pneumatológica e subsidia sobejamente o entendimento de que o dom do Espírito Santo – o batismo no Espírito Santo com a evidência do falar em línguas; experiência claramente distinta da conversão (At 2.38; 19.1-6) – é atual e plenamente aplicável à vida do cristão em todos os tempos. Ademais, esta foi a mensagem de Pedro no Dia de Pentecostes: “Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar” (At 2.39). Isso não é uma mera narrativa, mas uma mensagem doutrinal, interpretando a profecia de Joel (2.14-39).

3. O QUE NÃO É HERMENÊUTICA PENTECOSTAL

Tendo em vista nossa definição do que é Hermenêutica Pentecostal, é preciso estabelecer com firmeza com o que não comungam os pentecostais clássicos em termos de técnicas de interpretação. Isso é imperativo especialmente diante de métodos hermenêuticos pós-modernos, focados no leitor e não no autor e no texto, e que emprestam à experiência um lugar que a ela não cabe no processo interpretativo. Isso não é Hermenêutica Pentecostal.

De igual forma, a Hermenêutica Pentecostal sadia não é uma negação do método histórico-gramatical. Por outro lado, não é um apego rigoroso e absoluto a esse método, cujo emprego não conduziu a fé reformada à compreensão e crença na atualidade da obra do Espírito Santo, tal qual prometida por Jesus e vivenciada pelos apóstolos e pelas igrejas do Novo Testamento. 

Conquanto se valha de ferramentas da erudição bíblica, a Hermenêutica Pentecostal não flerta com quaisquer das aplicações do método histórico-crítico ou da atual crítica literária e histórica que negam a plena inspiração das Escrituras e a literalidade dos milagres. 

Em síntese: 1) não abraçamos de forma absoluta o método histórico-gramatical (que cria um cânon dentro do cânon); 2) não nos rendemos aos métodos histórico-crítico e pós-modernos, notadamente nos aspectos que buscam fragmentar as Escrituras e negar os milagres; 3) refutamos a teologia narrativa em sua pretensão de desconstrução do texto e de seu sentido, que devem sempre guardar coesão com o contexto histórico e gramatical; 4) não empregamos métodos de interpretação subjetivista, focados no leitor, em detrimento do autor e do texto; 5) consideramos que as experiências devem sempre e necessariamente serem submetidas ao crivo da inspirada e infalível Palavra de Deus; e 6) servimo-nos de ferramentas da erudição bíblica, conscientes de que métodos e técnicas, por melhores que sejam, são humanos e, portanto, imperfeitos e incompletos, pelo que buscamos acima de tudo a iluminação do Espírito Santo (Ef 1.18, 2Pe 1.20).

É o manifesto.

Rio de Janeiro, 05 de abril de 2021.

CONSELHO DE DOUTRINA: Pr. Paulo Roberto Freire da Costa – Presidente; Pr. Antônio Xavier S. Vale – Vice-presidente; Pr. Emanuel Barbosa Martins – Secretário; Pr. Nemias Pereira da Rocha, Pr. José Antônio da Silva Sobrinho, Pr. Ely Batista, Pr. Isaac Pedro da Silva e Pr. José Almir Angewicz (membros).

COMISSÃO DE APOLOGÉTICA: Pr Esequias Soares da Silva – Presidente; Pr. Elinaldo Renovato de Lima – Vice-Presidente; Pr. Silas Rosalino de Queiroz – Secretário; Pr. André Custódio Moreira Junior – Relator; Pr. Erivaldo de Jesus Pinheiro, Pr. Sisaque da Silva Valadares, Pr. José Gonçalves da Costa Gomes, Pr. Eliezer Miranda e Pr. Carlos Eduardo Neres Lourenço (membros).

CONVIDADOS: Pr. Elienai Cabral, primeiro secretário da Mesa Diretora da CGADB e consultor teológico e doutrinário da CPAD; Pr. Douglas Roberto de Almeida Baptista, presidente do Conselho de Educação Religiosa da CGADB; Pr. Alexandre Claudino Coelho (Gerente de Publicações da CPAD) e Pr. Silas Daniel da Silva (Editor-chefe de Jornalismo da CPAD).

quarta-feira, 7 de setembro de 2022

O TEXTO ABAIXO É UMA SUTILEZA DE SATANÁS. UMA "TEÓLOGA" A SERVIÇO DAS TREVAS

O TEXTO ABAIXO É UMA SUTILEZA DE SATANÁS. UMA "TEÓLOGA" A SERVIÇO DAS TREVAS.

Distorcem AS SAGRADAS ESCRITURAS AO SEU BEL PRAZER, HA QUE PONTO CHEGAMOS. LEIA !
 

 


O TEXTO ABAIXO É UMA SUTILEZA DE SATANÁS. UMA "TEÓLOGA" A SERVIÇO DAS TREVAS

A ‘família cristã’ evocada a partir da Bíblia, na verdade, não existe.
Entretanto, a serviço de um regime que favorece homens brancos, cisgêneros e heterossexuais, surgem tradições, dogmas e ideologias de exclusão

No dia 31 de agosto de 2022, foi divulgada uma pesquisa feita pelo site JOTA e pelo Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD) sobre a opinião dos brasileiros em relação ao casamento homoafetivo. A pesquisa entrevistou cinco mil pessoas e mostrou que 57% delas concordam que homossexuais devem ter esse direito. Ainda de acordo com a pesquisa, 69% dos potenciais eleitores de Lula (PT) e 38% de Jair Bolsonaro (PL) são favoráveis ao casamento igualitário.

Os dados referentes aos eleitores de Bolsonaro não impressionam se pensados a partir de estratégias discursivas de ódio à diversidade que têm sido acionadas desde quando o atual presidente era deputado federal. É possível falar em “estratégias discursivas” nesse contexto porque o que se percebe é que a chamada “pauta de costumes” tem sido um instrumental a serviço do avanço e da manutenção do neoconservadorismo. 


Como disse o Prof. Dr. Michel Gherman, da UFRJ, na palestra “Religião, reacionarismo e espaço público no Brasil” (2022), o bolsonarismo tem um vínculo radical com a estética, e, justamente por isso, lida com questões que estão em nosso imaginário e sentimentos que são despertados através dessas imagens. Uma das mais acionadas é esta, a da família. Mas, não uma família qualquer, a “família tradicional brasileira” e, como tem sido reforçado pela presença pública de Michelle Bolsonaro, a “família evangélica”. 


A noção de família acessa campos simbólicos que nos são constitutivos enquanto sociedade. Falar sobre economia, sobre o decrescimento do PIB, sobre índices inflacionários, pouco comunica para muitas pessoas. Essas são questões que grande parte da sociedade percebe no dia a dia, na hora da compra no supermercado, na hora de pagar as contas. Por isso, quando Jair Bolsonaro, e, mais ultimamente, Michelle Bolsonaro, acionam o conceito de família eles criam um rápido vínculo comunicacional e simbólico. Deste modo, a partir desse tema, levam a política para as casas, para as igrejas, porque estão tratando de uma questão que, por muito tempo, foi considerada como da esfera do privado. Eles criam uma mística de proteção do privado por meio da política – afinal, não é a família apenas, é a segurança da família, é a manutenção da família, é a promessa de que privilégios serão mantidos.

Nesse cenário, famílias homotransafetivas são rechaçadas e a escalada neoconservadora contra a diversidade é acirrada. Comumente, mesmo no campo mais progressista evangélico, a pauta de costumes é considerada como sendo “cortina de fumaça”, ou seja, algo que mascara ou esconde as reais intenções das falas e ações. Entretanto, o que tem se mostrado na prática, principalmente, nos últimos quatro anos, é que a pauta de costumes não é a cortina de fumaça, é a própria fogueira! Os discursos de ódio à diversidade servem como combustível para o acirramento da violência e para a manutenção de um regime quer aniquilar tudo o que não está a serviço do avanço do neoconservadorismo. 

Não à toa, o Brasil continua sendo, de acordo com relatório de 2021 do Grupo Gay da Bahia, o país do mundo onde mais LGBTIA+ são assassinados: uma morte a cada 29 horas. Ainda assim, o lema tão evocado de “pelo amor à família!” tem sido expandido por um sem número de arranjos familiares, dentre eles as famílias homotransafetivas, que abalam a ideia de “família cristã”. 

Mas, afinal, o que é “família cristã”?
A “família cristã” se evocada a partir da Bíblia, na verdade, não existe. A Bíblia mostra diversos tipos de arranjos familiares que desestabilizam qualquer modelo único ou exclusivo de família. Por exemplo, na Bíblia existem algumas narrativas de homens casados com várias mulheres, como Elcana, que tinha duas mulheres, Ana e Penina (cf. 1º Samuel 1, 1-2). Existe, também, o exemplo de Salomão, que tinha setecentas mulheres, princesas, e trezentas concubinas (cf. 1º Reis 11, 3).



O teólogo Tom Hanks, em seu livro “La Diversidad de ‘Familias’ (50) en la Biblia” (2016), apresenta 50 exemplos de arranjos familiares do Antigo e do Novo Testamento. Segundo o autor: “(…) se a palavra “família” não aparece nas línguas originais, que antes falam de “casas” patriarcais, (…) então nossos [modernos] “valores familiares” não encontram base na Bíblia”.

É impossível afirmar que existe um modelo único de família a partir do texto bíblico. Entretanto, a serviço de um regime de exclusão que favorece homens brancos, cisgêneros e heterossexuais, surgem tradições, dogmas e ideologias de exclusão. Essas disputas ideológicas em torno do conceito de família têm se acirrado no cenário político atual, porque esse debate ainda é um dos principais combustíveis que alimentam a fogueira dos privilégio 
Como Michelle Bolsonaro tenta conquistar a mente e o coração das evangélicas

*A autora é essa pessoa a baixo, a qual eu dou o crédito do texto com todo prazer, e você encontra na íntegra no seguinte link:

https://www.cartacapital.com.br/blogs/dialogos-da-fe/a-familia-crista-evocada-a-partir-da-biblia-na-verdade-nao-existe/

*Ana Ester Teóloga queer, doutora e mestra e Ciências da Religião. Clériga ordenada pela Metropolitan Community Church

terça-feira, 2 de agosto de 2022

Visita Pastoral


Visitação pastoral: Tipos e orientações
 



A visita pastoral é uma das ferramentas mais poderosas no exercício do cuidado com as ovelhas que pertencem a Cristo. Os momentos espirituais mais significativos para alguns crentes ocorreram durante o cuidado e atenção que receberam em alguma visita pastoral. A sensação de ser lembrado por alguém que é admirado, a ponto dessa pessoa “abrir um espaço” em sua agenda e para se encontrar com sua ovelha, de fato, comunica uma mensagem que fala diretamente ao coração. Além do mais, ter o pastor ministrando pessoalmente a palavra de Deus ao crente é uma expressão concreta do seu cuidado pelo rebanho. Também, quando nos momentos de angústia e aflição o crente se sente cuidado, seus momentos de deserto e aridez se tornam mais suportáveis. De fato, todo pastor necessita aprender que as pessoas não se importam com o quanto ele sabe até que elas saibam o quanto ele se importa com elas!

Por outro lado, a visita pastoral não é benéfica apenas para quem recebe, mas também para aquele que a pratica. A experiência revela que, inúmeras vezes, aquele que sai para consolar retorna consolado!

Porém, é necessário esclarecer sobre o que estamos falando, pois muitos pastores contabilizam os encontros sociais, os incidentes informais em que “esbarram” em alguma ovelha no supermercado ou algum outro lugar, como visita pastoral. Conquanto esses momentos possam ser significativos, eles não deveriam ser confundidos com o exercício da visitação pastoral. Antes, a visita pastoral consiste naqueles encontros significativos que criam interações espirituais intencionais, os quais ocorrem, mais especificamente, fora dos limites das dependências da igreja. Em outras palavras, “a visita pastoral é o ‘ministério da presença’ que o pastor exerce em relação aos membros e visitantes de sua igreja, estendendo pessoalmente a eles o amor de Jesus”.[1] Essas interações podem ocorrer em residências, locais de trabalho, hospitais, prisões ou em algum outro lugar, segundo a necessidade dos envolvidos. A visitação pastoral pode ser considerada como um “ato de amor”, “discipulado” e “amizade” do pastor em relação às suas ovelhas. Essa prática acaba funcionando como “portas de entrada” nos corações e vidas das pessoas, bem como oportunidades para se estabelecer relacionamento e fortalecer a confiança, o que pode ajudar em várias dimensões do ministério pastoral.

Escrevendo sobre esse assunto, Michael W. Campbel identifica quatro objetivos básicos da visitação pastoral: “fortalecer relacionamentos, edificar espiritualmente, reforçar a conexão do crente com a igreja e praticar a oração com as ovelhas individualmente”.[2] Fica claro, assim, que a visita pastoral é uma interação intencionalmente programada e não meramente alguns encontros ocasionais.[3] Nesse sentido, é importante lembrar que “de todos os profissionais, o pastor é o único com o privilégio e responsabilidade de iniciar o relacionamento com as pessoas no ambiente residencial, o qual é o melhor lugar para a interação humana”.[4]

Algumas pessoas que questionam a validade da visitação pastoral deveriam se lembrar de que o princípio bíblico de “visitar órfãos e viúvas em suas tribulações”, o qual é parte integral da verdadeira religião, é uma exigência para todo crente, especialmente para os pastores (cf. Tg 1.27). Além do mais, a prática da visitação é apresentada na Bíblia como uma expressão concreta de amor e cuidado (cf. Mt 25.37-40, Gn 3.8 e Lc 19.1-10). Mesmo após a queda de Adão e Eva no jardim do Éden, o Senhor continuou a visitá-los com o objetivo de cuidar deles (cf. Gn 3.15).[5] Dessa forma, o ministro que conduz corretamente seu trabalho além da esfera do púlpito realizará dez vezes mais do que aquele que limita o seu trabalho atrás de uma mesa.

Diferentes explicações têm sido apresentadas para a diminuição da prática da visitação pastoral, mas talvez a mais coerente seja a falta de planejamento dos pastores em relação a esse exercício. É verdade que o contexto sociocultural influencia nesse sentido, mas ele não pode ser tomado como definitivo. Franklin Dávila corretamente se posiciona quanto a essa questão, dizendo: “se os cristãos desta sociedade contemporânea não passassem por crises de fé e por lutas espirituais, eu concordaria plenamente com os que se opõem a esse ministério”.[6] Ao que tudo indica, muitos pastores quase não visitam porque não se programam nesse sentido. Alguns pastores parecem satisfeitos em manter um relacionamento superficial com o rebanho, o que resulta em generalizações no púlpito e contribui para eventuais esvaziamentos nos bancos da igreja. Por outro lado, os pastores mais eficientes na prática da visitação não ficam apenas esperando serem convidados por suas ovelhas, mas desenvolvem estratégias proativas para alcançá-las. Em sua experiência ministerial, Franklin Dávila desenvolveu um método interessante e recomenda os jovens pastores a que façam algo semelhante. Segundo ele, “é importante que o pastor tenha uma agenda e, em acordo com os irmãos, deixe que eles marquem nela o dia e a hora para a visita”.[7] Com isso, não apenas o pastor, mas também os membros da igreja acabam participando do planejamento.

Quanto à natureza da visita pastoral, é possível distinguir três categorias comuns e extremamente relevantes no cuidado com o rebanho. Primeiro, há a visita preventiva ou regular, que ocorre ordinariamente e deve ser realizada sem que haja algum problema específico, sendo útil para manter o contato entre pastor e ovelhas. Segundo o pastor Franklin, “esse tipo de visita é importante, porque dará ao visitador a oportunidade de conversar, tirar dúvidas, esclarecer pontos e, ainda que não possam aquilatar os resultados, muita coisa pode ser evitada no futuro por causa desse encontro”.[8] Também há a visita curativa ou terapêutica, que é aquela visita extraordinária, na qual o pastor se dirige a alguém que está necessitado da sua presença, conselhos e cuidado específico. Franklin explica que a motivação dessa visita é a necessidade da ovelha, ou seja, “a ovelha está precisando ser visitada por estar enfrentando alguma dificuldade. Necessita ser assistida, sarada e fortalecida”.[9] Nesses casos podem ser incluídas as visitas a enfermos (casas ou hospitais), aos enlutados ou visitas a famílias em crise. O objetivo é sempre apresentar o remédio da palavra de Deus ao coração sofrido. Por último, há a visita corretiva ou reparadora, na qual algum problema moral, relacional ou de crença deverá ser abordado. O objetivo dessa visita é cuidar para que o erro não se propague no Corpo a ponto de contaminar outros. Alguns pastores se limitam a zelar pela correção apenas do púlpito, mas o discipulado e a admoestação pessoal, ainda que mais difíceis, podem também ser qualitativamente mais benéficos. O elemento unificador desses três tipos de visitação é a intencionalidade com a qual elas são desenvolvidas. Em outras palavras, não se trata de “encontros acidentais”.

Um assunto espinhoso em relação à visitação pastoral é o aspecto ético a ser observado pelos praticantes dela. Por desconsiderarem essa questão, alguns obreiros acabam causando mais males do que bem ao Corpo de Cristo e outros até se envolvem em casos escandalosos. Para que o objetivo da edificação seja atingido, é necessário agir com prudência nessa prática. A esse respeito, o pastor sábio sempre evitará visitar alguém do sexo oposto quando estiver desacompanhado, especialmente em se tratando de mulher casada, se o marido dela não estiver presente. Há que se fugir não apenas do mal, mas também da aparência do mal. Também, é importante que o visitador não permita que a conversa se desenvolva sobre a vida de alguém que não esteja presente para se defender ou prestar esclarecimentos. Muitos intrigas e dissentimentos são alimentados quando isso ocorre. Nenhum pastor precisa saber sobre a vida de alguém por meio da narrativa de outros. Finalmente, o pastor deve cuidar para não usar os casos e as particularidades da vida doméstica de suas ovelhas no púlpito, como “ilustrações de sermão”. Enfim, se o pastor não cuidar dessas questões éticas, “não demorará muito e logo todas as casas estarão fechadas para ele”.[10]

Finalmente, é necessário considerar o que deve ser feito na visita pastoral, ou seja, como deve ser o seu modus operandi. Embora não exista nenhuma norma específica para esse processo, alguns princípios gerais podem ser observados. Por exemplo, uma das primeiras coisas a serem feitas é a preparação do pastor para a visita a ser realizada. Em um artigo sobre esse assunto, David Murray diz que se prepara para visitação pastoral com alguns minutos de oração em prol da família a ser visitada, bem como do assunto a ser abordado naquele evento.[11] Feito isso, ao chegar ao local, creio ser importante o pastor esclarecer às pessoas quanto tempo sua visita durará. Alguns parecem não perceber que a visita longa pode ser extremamente inconveniente para suas ovelhas, que possuem outras atividades (interações em família, estudados, atividades profissionais etc.). O estabelecimento inicial de um período ajuda até na atenção a ser dedicada pelas ovelhas ao ministro e ao que ele tem para ensinar.

Além disso, Murray sugere que os quinze minutos iniciais sejam dedicados ao diálogo sobre o que tem acontecido na vida da família, coisas sobre o trabalho, criação de filhos, escola e assim por diante. Se há algum acontecimento importante no âmbito nacional ou local, ele também inclui o assunto como parte da conversação inicial. O cuidado a ser tomado nesse sentido é quanto ao perigo de se perder em meio a algum assunto interessante e esquecer o propósito “espiritual” da visita. Por isso, retomar o assunto para a conversação sobre as questões espirituais é o terceiro passo a ser observado.

Uma sugestão muito prática feita por Franklin Dávila é que o pastor evite “monopolizar” a conversação. Um dos objetivos da visita é conhecer melhor suas ovelhas e se o pastor não permite que as pessoas nesse momento emitam suas opiniões e expressem suas dúvidas, esse alvo não será atingido. Quanto a isso, Franklin nos lembra que “as palavras pastorais ditas numa visita podem germinar para o bem ou para o mal. Podem abater os espíritos ou abater as almas… Se não tivermos uma boa palavra para o momento é melhor ficar em silêncio. Jamais seremos punidos se ficarmos em silêncio”. [12] Portanto, sensatez e juízo crítico são bem-vindos nesses momentos.

Há ocasiões em que o processo de direcionar a conversa para questões espirituais pode ser fácil, especialmente dependendo da necessidade ou maturidade da pessoa visitada. Porém, há outras situações em que esse enfoque poder ser muito difícil e isso ocorre nos casos em que a pessoa visitada insiste em permanecer conversando sobre as questões triviais da vida. Se o pastor não atentar para essa armadilha ele pode usar o tempo dedicado à visita em interações que não resultarão no progresso espiritual de suas ovelhas. A fim de retomar o interesse espiritual da visita, David Murray sugere que, se necessário, o pastor intervenha com algumas perguntas como:

Há alguma coisa pela qual você gostaria que eu orasse?
Qual porção da Bíblia você tem lido ultimamente? Alguma coisa que lhe chamou mais a atenção?
Quais as dificuldades que você tem tido em sua leitura bíblica?
Há algum assunto que você gostaria que fosse abordado em um sermão dominical?
Você tem sido ajudado por algum sermão em particular? Sobre o que ele dizia respeito?
Você tem lido boa literatura cristã ultimamente?
Quais dons espirituais você acredita ter recebido do Senhor? Como você acredita poder exercitá-los em nossa igreja?
O que as crianças estão aprendendo na Escola Dominical?
A lista de Murray inclui outros tópicos, mas o resumo acima é suficiente para ilustrar como apenas uma pergunta pode ser suficiente para direcionar a conversa para o propósito da interação que deve ocorrer em uma visita pastoral.

Em quinto lugar, o pastor deve abrir as Escrituras e compartilhar de maneira rápida e objetiva alguma passagem que seja relevante à situação da família (ou pessoa) visitada. A instrução bíblica não é opcional, mas uma parte inegociável da visita pastoral. Esse é o elemento da visita que provavelmente somente ele poderá realizar com sabedoria e autoridade. Se ele se esquece ou omite essa prática na visita, a mensagem comunicada é que a interação foi mais importante do que a edificação. A melhor maneira de se observar essa prática é fazer “anotações mentais” durante a conversação a fim de selecionar uma passagem bíblica que melhor se aplique à realidade da pessoa visitada. Lido o texto, ele pode até perguntar às crianças (se existir alguma) sobre o que entenderam sobre o texto lido, pois essa é uma boa maneira de engajá-las no estudo bíblico e, também, observar o quanto seus pais têm conversado com elas sobre a Palavra de Deus.

Finalmente, conclua a visita com uma oração pelos assuntos conversados durante ela. O derramar de nossos desejos e preocupações diante do Senhor, além de ser um exercício devocional, também é pedagógico, pois o pastor poderá ensinar suas ovelhas a apresentar “tudo a Deus em oração”. Ao fazer isso, o obreiro estará, paralelamente, dando provas concretas do quanto ele ouviu com atenção tudo o que suas ovelhas lhe disseram durante aqueles minutos de interação.

Em havendo oportunidade, é importante que o pastor deixe alguma literatura que poderá ser útil aos visitados. Além de demonstrar carinho por meio desse ato, ele contribui para a instrução espiritual por meio de boas obras literárias.

Outras sugestões poderiam ser oferecidas quanto a algumas visitas específicas em hospitais ou prisões, mas isso demandaria outro artigo. Para o propósito dessa pequena reflexão, creio que o que foi abordado tenha sido suficiente.

[1] NWAOMAH, Evans N. e DUBE, Sikhumbuzo. Pastoral visitation as a veritable tool in strengthening family relationships. Insight: Journal of Religious Studies 2008, p. 126
[2] CAMPBEL, Michael W. The art of pastoral visitation. Ministry: International Journal for Pastors, 85, number 7 (July 2013): 18.
[3] JACKSON, E. N. Calling and visitation pastoral. Em HUNTER, R. J., ed. Dictionary of pastoral care and counseling. Abington Press: Nashville, TN, 1990, p. 115
[4] Ibid., 126
[5] JAMIESON, Robert, FAUSSET, A. R. e BROWN, David. A commentary, critical and explanatory on the Old and New Testament. Oak Harbor, WA: Logos Research Systems, Inc. 1997, Gênesis 3.8
[6] DÁVILA, Franklin. Visitação pastoral. Aracaju, SE: Primeira Igreja Presbiteriana de Aracaju, 2005, p. 8
[7] Ibid., p. 21
[8] Ibid., p. 9
[9] Ibid., p. 9
[10] Ibid., p. 22
[11] MURRAY, David. A “normal” pastoral visit. Disponível em: http://headhearthand.org/blog/2010/06/01/a-normal-pastoral-visit/. Acesso em 29.11.2019.
[12] DÁVILA, Visitação, p. 26

Por: Valdeci Santos. © Voltemos ao Evangelho. Website: 2020 voltemosaoevangelho.com. Todos os direitos reservados. Original: Visitação pastoral: Tipos e orientações.

TeoBrasil

AUTOR Valdeci Santos.
Bacharel em teologia pelo Seminário Presbiteriano do Sul – Extensão de Goiânia (B.Th., 1988), mestre em Teologia Sistemática (Th.M, 1997) e doutorado em Estudos Interculturais pelo Reformed Theological Seminary (Ph.D., 2001). Em 2011 concluiu seus estudos pós doutorais em Aconselhamento Bíblico pela Christian Counseling Educational Foundation – CCEF. Atualmente é Secretário Geral de Apoio Pastoral da IPB e Vice-diretor do CPAJ.

segunda-feira, 4 de julho de 2022

Lição 1 - As Sutilezas de Satanás contra a Igreja de Cristo. Lições Bíbl...

Neste 3º trimestre de 2022, estudaremos sobre o tema: Os Ataques Contra a Igreja de Cristo - As Sutilezas de Satanás nestes Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. COMENTARISTA – José Gonçalves - Pastor da Assembleia de Deus em Água Branca (PI), além de escritor e articulista. Bacharel em Teologia pelo Seminário Batista de Teresina e graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí. Também é pós-graduado em Interpretação Bíblica pela Faculdade Batista do Paraná e mestre em Teologia por essa mesma instituição. SUMÁRIO Lição 1 - As Sutilezas de Satanás contra a Igreja de Cristo Lição 2 - A Sutileza da Banalização da Graça Lição 3 - A Sutileza da Imoralidade Sexual Lição 4 - A Sutileza da Normalização do Divórcio Lição 5 - A Sutileza do Materialismo e do Ateísmo Lição 6 - A Sutileza das Ideologias contrárias à Família Lição 7 - A Sutileza da Relativização da Bíblia Lição 8 - A Sutileza do Enfraquecimento da Identidade Pentecostal Lição 9 - A Sutileza do Movimento dos Desigrejados Lição 10 - A Sutileza contra a Prática da Mordomia Cristã Lição 11 - A Sutileza das Mídias Sociais Lição 12 - A Sutileza da Espiritualidade Holística Lição 13 - Resistindo às Sutilezas de Satanás ▼ ME SIGA: Telegram Fundo Musical➜ https://t.me/aosomdaoracao Telegram Lições em Áudio ➜ https://t.me/licoesbiblicascpad

LICAO 2 [ADULTOS] A Sutileza da Banalização da Graça Lições Bíblicas - 3...

Alguns ruídos destacaram e por isso peço a sua desculpa. É o privilégio de ser pai. kk LICAO 2 [ADULTOS]- A Sutileza da Banalização da Graça, apresentada pelo comentarista da Revista Lições Bíblicas Adultos, Pr. José Gonçalves. Neste 3º trimestre de 2022, estudaremos sobre o tema: Os Ataques Contra a Igreja de Cristo - As Sutilezas de Satanás nestes Dias que Antecedem a Volta de Jesus Cristo. COMENTARISTA – José Gonçalves - Pastor da Assembleia de Deus em Água Branca (PI), além de escritor e articulista. Bacharel em Teologia pelo Seminário Batista de Teresina e graduado em Filosofia pela Universidade Federal do Piauí. Também é pós-graduado em Interpretação Bíblica pela Faculdade Batista do Paraná e mestre em Teologia por essa mesma instituição. SUMÁRIO Lição 1 - As Sutilezas de Satanás contra a Igreja de Cristo Lição 2 - A Sutileza da Banalização da Graça Lição 3 - A Sutileza da Imoralidade Sexual Lição 4 - A Sutileza da Normalização do Divórcio Lição 5 - A Sutileza do Materialismo e do Ateísmo Lição 6 - A Sutileza das Ideologias contrárias à Família Lição 7 - A Sutileza da Relativização da Bíblia Lição 8 - A Sutileza do Enfraquecimento da Identidade Pentecostal Lição 9 - A Sutileza do Movimento dos Desigrejados Lição 10 - A Sutileza contra a Prática da Mordomia Cristã Lição 11 - A Sutileza das Mídias Sociais Lição 12 - A Sutileza da Espiritualidade Holística Lição 13 - Resistindo às Sutilezas de Satanás ▼ ME SIGA: Telegram Fundo Musical➜ https://t.me/aosomdaoracao Telegram Lições em Áudio ➜ https://t.me/licoesbiblicascpad

domingo, 10 de abril de 2022

Lição 3 - JESUS, O DISCÍPULO E A LEI


TEXTO ÁUREO

“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.” (Mt 5.20)

VERDADE PRÁTICA

Os seguidores de Jesus são chamados a viver a justiça do Reino de Deus. Essa justiça, baseada na Nova Aliança em Cristo, nasce no interior do crente e reflete no exterior da vida.

 

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Mateus 5.17-20

17 Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas cumprir.

18 Porque na verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se

omitirá da lei sem que tudo seja cumprido.

19 Qualquer, pois, que violar um destes menores mandamentos e assim ensinar aos homens

 será chamado o menor no Reino dos céus; aquele, porém, que os cumprirá e ensinar será chamado

grande no Reino dos céus.

20 Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum

entrareis no Reino dos céus.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, estudaremos a respeito da relação de Jesus com a Lei e o que Ele deseja de seus discípulos. Veremos que o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei, destacaremos a diferença entre a Letra da Lei e o Espírito e, finalmente, analisaremos a justiça do Reino de Deus. No Sermão do Monte, podemos perceber, com clareza , que nosso Senhor não destruiu a Lei nem o ensino dos profetas, mas os cumpriu e os aperfeiçoou. Assim , como seus seguidores, a nossa justiça deve transcender a dos escribas e fariseus.

I. JESUS CUMPRIU TODA A LEI

1. Um compromisso com o passado

Quando nosso Senhor começou a ensinar, seu propósito nunca foi o de desconstruir tudo ou não valorizar o passado relativo aos ensinos da Lei e dos Profetas. A expressão “não pensem” revela exatamente isso. Ora, Jesus sabia que o ensino da antiga dispensação era valioso, verdadeiro, bom e belo. Ele jamais ousara ser um revolucionário, portador de um espírito destrutivo , como o apóstolo Paulo também não. Assim, aprendemos, com Jesus, que não é possível construir um futuro bom se não preservarmos as coisas boas que os antigos nos legaram.

2. Jesus não veio destruir a Lei.

Para muitos opositores, Jesus era um agitador, revolucionário, destruidor da tradição recebida. Por isso, nosso Senhor foi alvo de falsas acusações pelos seus críticos. Entretanto, os Evangelhos deixam claro que Jesus ensinou sobre a justiça conforme o que Moisés, a Lei e os profetas ensinaram. No lugar de enfraquecer a Lei, Ele devolvia o verdadeiro sentido dela, já abandonado pelos mestres judeus. Jesus enfatizou o sentido perfeito da Lei. Ele mesmo, a continuação da revelação divina, mostrava que essa revelação é progressiva para a perfeição , não retrógrada nem estática. Nesse sentido, a fé e o ensino da Palavra de Deus devem nos levar ao verdadeiro crescimento espiritual, com o bem ensinou o salmista .

3. Jesus cumpriu e aperfeiçoou a lei.

O verbo “Cumprir”, do grego plêroô, traz a ideia de tornar cheio, completar, encher até o máximo fazer abundar, fornecer ou suprir liberalmente. Assim , a perspectiva pela qual Jesus cumpriu a Lei é que Ele lhe deu perfeição, conforme nos revela essa expressão: “ […] foi dito aos antigos: […] Eu, porém , vos digo” . Ora, em momento algum Jesus conflitou com as Escrituras do Antigo Testamento, mas as harmonizou plenamente. Por isso, diferentemente dos escribas e fariseus, que usavam da Lei para abusar do povo, o Senhor Jesus a aperfeiçoou . O que era visto com a sombra cedeu espaço para a realidade do pleno cumprimento profético . Em Jesus, o que era visto por meio do Decálogo e dos profetas, concretizou-se fielmente em em nosso Senhor, conforme nos revela o escritor aos Hebreus.

II. A LETRA DA LEI, A VERDADE DO ESPÍRITO

1. O que a expressão “letra da Lei” significa?

De acordo com as cartas de Paulo, a expressão “letra da Lei” diz respeito ao Antigo Concerto. Essa letra expressa os desígnios de Deus em forma de proibições escritas que revelam o pecado e levam à condenação, como nos mostra Romanos 7.7-25. Em suma, dominado pela fraqueza da carne e sem força, o homem seria levado à morte diante da letra da Lei. A função da Lei é mostrar a malignidade do pecado e a impossibilidade do homem em salvar-se. Nesse sentido, ela serviu com o paidagôgos (do grego), isto é, um pedagogo, um guia, que nos levou a Cristo. Um exemplo que revela essa função é a relevância dos profetas do Antigo Testamento para despertar o povo ao verdadeiro arrependimento diante de Deus. Entretanto, o judaísmo transformou a “letra da Lei” em um sistema de normas frias e sem vida.

2. A perspectiva teológica da Lei.

Para os judeus, a Lei apresentava sua completude por meio de uma tríplice divisão: moral, cerimonial e judicial. A Lei Moral envolve os Dez Mandamentos; a cerimonial refere-se à adoração do povo de Deus no Tabernáculo e, posteriormente, no Templo; a judicial tem a ver com diversas responsabilidades civis (individuais e sociais). Pelo sistema da antiga Lei, havia um falso entendimento de que o homem poderia viver de maneira justa segundo o seu próprio mérito e que, por isso, seria possível salvar-se. Ora, o apóstolo Paulo refutou sabiamente esse falso entendimento. Em suas cartas, o apóstolo deixou bem claro que o Senhor Jesus cumpriu toda a Lei e que, por isso, pôs fim ao Sistema de Lei Mosaico, de modo que Ele oferece um novo e vivo caminho para se chegar a Deus , uma nova aliança que concede justificação e paz ao salvo .

3. A Lei e a verdade do Espírito.

Nosso Senhor cumpriu todo o Antigo Testamento, obedecendo perfeitamente à Lei, cumprindo os tipos, sombras, símbolos e profecias. A causa dessa realidade perfeita é a morte substitutiva de Jesus e, por isso, hoje, os cristãos são declarados justos pelo mérito da obra de Cristo . Em conformidade com esse evento salvífico, o apóstolo Paulo diz que a letra mata, mas o Espírito vivifica. Isso mostra que o Novo Concerto revelou-se na pessoa de Jesus, que gera vida, e não mais na letra pesada da Lei, que gera morte. Ou seja, de um código exterior de normas para um código interior e dinamizado na vida pelo Espírito; de palavras registradas em tábuas de pedra para palavras cravadas no coração. O Espírito Santo traz vida em Cristo e grava a vontade de Deus em nossa consciência e coração.

Vimos que Jesus cumpriu toda a Lei. Nesse sentido, cabe perguntar: há propósito da Lei para os cristãos? O apóstolo Paulo responde essa questão mostrando que a Lei é santa, está estabelecida, se cumpre no amor e opera atualmente por meio do Espírito Santo, que dinamiza a vida interior do cristão. Portanto, é Jesus Cristo quem impacta, aperfeiçoa e, por meio do Santo Espírito, implanta no interior do crente o verdadeiro sentido da Lei.

III. A JUSTIÇA DO REINO DE DEUS

1. Quem é grande no Reino de Deus?

Mateus 5.18,19 mostra que são considerados ‘‘grande no Reino de Deus” os que se acham fiéis e cumpridores de toda a lei de Cristo. Consequentemente, são rebaixados à condição de menores os que negligenciam, removem, separam, violam o menor dos mandamentos de Deus e não atentam para a sua instrução, quer por omissão, quer por transgressão. Assim, como discípulos de Cristo e cidadãos do Reino de Deus, devemos cumprir e ensinar a lei divina a partir do poder do Espírito Santo que transforma, aperfeiçoa e concede-nos graça e verdade.

2. A Justiça do reino de Deus.

A compreensão da justiça do Antigo Testamento, baseada no binômio lei-obra, gerou orgulho pessoal e confiança nas próprias ações dos judeus para justificarem a si mesmos. No Novo Testamento, há exemplos a esse respeito: o jovem rico que agiu assim para atingir o supremo bem; o fariseu que, por meio de sua justiça própria, achava-se melhor que o publicano; o sacerdote e o levita que, firmados numa justiça própria, não atentaram para a aflição do próximo. Mas Jesus ensina aos seus discípulos que a nova justiça no Reino de Deus é interior, moral e espiritual e não se trata mais daquela velha justiça exterior, cerimonial e legalista. Por isso, a justiça exigida pelo Senhor Jesus aos seus discípulos é superior à dos escribas e fariseus. É uma justiça mais sublime, elevada e interior. Essa justiça só pode ser obtida mediante a fé, nos permitindo viver de maneira justa e piedosa e, assim, entrar no Reino de Deus.

CONCLUSÃO

Jesus não veio para desfazer a Lei, nem viveu com um legalista. Porém, soube conservar o que havia de bom na antiga Lei, dando-lhe uma nova dinâmica de vida. Nosso Senhor deseja que nossas vidas sejam elevadas espiritualmente, semelhantes ao caráter e conduta dEle, deixando de lado toda frieza espiritual e, aquecidos pelo Espírito Santo, abraçando o verdadeiro Evangelho do Senhor Jesus Cristo.

 

GOLDEN TEXT 

“For I say to you, unless your righteousness exceeds that of the scribes and Pharisees, you will by no means enter the kingdom of heaven.” (Mt 5.20) 

PRACTICAL TRUTH 

Followers of Jesus are called to live the righteousness of the Kingdom of God. This righteousness, based on the New Covenant in Christ, is born within the believer and reflects on the outside of life. 

BIBLE READING IN CLASS Matthew 5.17-20 17 

Think not that I am come to destroy the law or the prophets; I did not come to abrogate, but to fulfill. 18 For truly, I say to you, until heaven and earth pass away, not one jot or one tittle will will omit from the law until all is fulfilled. 19 Whoever therefore breaks one of these least commandments, and so teaches men he will be called least in the kingdom of heaven; but he who will do them and teach them will be called great in the Kingdom of Heaven. 20 For I say to you, unless your righteousness exceeds that of the scribes and Pharisees, ye shall enter the kingdom of heaven. 

INTRODUCTION

 In this lesson, we will study about Jesus' relationship to the Law and what He wants from His disciples. We will see that the Lord Jesus fulfilled all the Law, we will highlight the difference between the Letter of the Law and the Spirit, and finally, we will analyze the righteousness of the Kingdom of God. In the Sermon on the Mount we can clearly see that our Lord did not destroy the Law or the teaching of the prophets, but fulfilled and perfected them. So, as his followers, our righteousness must transcend that of the scribes and Pharisees. 

I. JESUS ​​FULFILLED ALL THE LAW 

1. A commitment to the past When our Lord began to teach, his purpose was never to deconstruct everything or not to value the past concerning the teachings of the Law and the Prophets. The expression “don't think” reveals just that. Now Jesus knew that the teaching of the old dispensation was valuable, true, good, and beautiful. He had never dared to be a revolutionary, bearer of a destructive spirit, as the apostle Paul did not either. Thus, we learn from Jesus that it is not possible to build a good future if we do not preserve the good things that the ancients bequeathed to us. 

2. Jesus did not come to destroy the Law. For many opponents, Jesus was an agitator, a revolutionary, a destroyer of received tradition. Therefore, our Lord was the target of false accusations by his critics. However, the Gospels make it clear that Jesus taught about righteousness as Moses, the Law and the prophets taught. Instead of weakening the Law, He returned its true meaning, already abandoned by the Jewish teachers. Jesus emphasized the perfect meaning of the Law. He himself, the continuation of divine revelation, showed that this revelation is progressive towards perfection, not retrograde or static. In this sense, faith and teaching the Word of God should lead us to true spiritual growth, as the psalmist taught well. 

3. Jesus fulfilled and perfected the law. The verb “to fulfill”, from the Greek plêroô, brings the idea of ​​making full, completing, filling to the maximum to make abound, supply or supply liberally. Thus, the perspective by which Jesus fulfilled the Law is that He gave it perfection, as this expression reveals to us: “[...] it was said to the ancients: [...] But I say to you”. Now, at no time did Jesus conflict with the Old Testament Scriptures, but fully harmonized them. Therefore, unlike the scribes and Pharisees, who used the Law to abuse the people, the Lord Jesus perfected it. What was seen in the shadow gave way to the reality of full prophetic fulfillment. In Jesus, what was seen through the Decalogue and the prophets, was faithfully materialized in our Lord, as the writer to the Hebrews reveals to us.

 II. THE LETTER OF THE LAW, THE TRUTH OF THE SPIRIT 

1. What does the expression “letter of the Law” mean?


 According to Paul's letters, the expression "letter of the Law" refers to the Old Covenant. This letter expresses God's designs in the form of written prohibitions that reveal sin and lead to condemnation, as shown in Romans 7:7-25. In short, dominated by the weakness of the flesh and without strength, man would be put to death before the letter of the Law. The function of the Law is to show the sinfulness of sin and the impossibility of man to save himself. In this sense, she served with the paidagogos (from the Greek), that is, a pedagogue, a guide, who led us to Christ. An example that reveals this role is the relevance of Old Testament prophets to awakening people to true repentance before God. However, Judaism transformed the “letter of the Law” into a system of cold and lifeless rules.

2. The theological perspective of the Law. 

For the Jews, the Law presented its completeness through a triple division: moral, ceremonial and judicial. The Moral Law involves the Ten Commandments; ceremonial refers to the worship of God's people in the Tabernacle and later in the Temple; the judicial one has to do with several civil responsibilities (individual and social). By the system of the old Law, there was a false understanding that man could live justly according to his own merit and that, therefore, it was possible to be saved. Now the apostle Paul wisely refuted this false understanding. In his letters, the apostle made it very clear that the Lord Jesus fulfilled all the Law and that, therefore, he put an end to the Mosaic Law System, so that He offers a new and living way to reach God, a new covenant. which grants justification and peace to the saved. 

3. The Law and truth of the Spirit. 

Our Lord fulfilled the entire Old Testament, perfectly obeying the Law, fulfilling the types, shadows, symbols and prophecies. The cause of this perfect reality is the substitutionary death of Jesus, and so today, Christians are declared righteous through the merits of Christ's work. In accordance with this saving event, the apostle Paul says that the letter kills, but the Spirit gives life. This shows that the New Covenant revealed itself in the person of Jesus, who generates life, and no longer in the heavy letter of the Law, which generates death. That is, from an external code of norms to an internal code energized in life by the Spirit; from words recorded on stone tablets to words engraved in the heart. The Holy Spirit brings life in Christ and imprints the will of God on our conscience and hearts. We have seen that Jesus fulfilled all the Law. In this sense, it is worth asking: is there a purpose of the Law for Christians? The apostle Paul answers this question by showing that the Law is holy, it is established, it is fulfilled in love and currently operates through the Holy Spirit, who energizes the interior life of the Christian. Therefore, it is Jesus Christ who impacts, perfects and, through the Holy Spirit, implants within the believer the true meaning of the Law.

 III. THE JUSTICE OF THE KINGDOM OF GOD 

1. Who is great in the Kingdom of God? 

Matthew 5:18,19 shows that those who are considered to be “great in the Kingdom of God” are those who are faithful and doers of all the law of Christ. Consequently, those who neglect, remove, separate, violate the least of God's commandments, and do not heed his instruction, either through omission or transgression, are reduced to the status of minors. Thus, as disciples of Christ and citizens of the Kingdom of God, we must fulfill and teach the divine law from the power of the Holy Spirit who transforms, perfects and grants us grace and truth. 

2. The Righteousness of the Kingdom of God. 

The understanding of Old Testament justice, based on the law-work binomial, generated personal pride and confidence in the Jews' own actions to justify themselves. In the New Testament, there are examples of this: the rich young man who acted in this way to achieve the supreme good; the Pharisee, who, through his self-righteousness, thought himself better than the publican; the priest and the Levite who, established in their own righteousness, did not pay attention to the affliction of their neighbor. But Jesus teaches his disciples that the new righteousness in the Kingdom of God is inward, moral and spiritual and is no longer the old outward, ceremonial, legalistic righteousness. Therefore, the justice demanded by the Lord Jesus of his disciples is superior to that of the scribes and Pharisees. It is a more sublime, higher and inner righteousness. This righteousness can only be obtained through faith, allowing us to live righteously and godly and thus enter the Kingdom of God.


 CONCLUSION

 Jesus did not come to break the Law, nor did he live with a legalist. However, he knew how to preserve what was good in the old Law, giving it a new dynamic of life. Our Lord wants our lives to be uplifted spiritually, similar to His character and conduct, putting aside all spiritual coldness and, warmed by the Holy Spirit, embracing the true Gospel of the Lord Jesus Christ.